Seleção brasileira finaliza ciclo de preparação para a Copa em seu melhor momento; poucas dúvidas para a lista final
Finalizado o ciclo de preparação para a Copa do Mundo do Qatar, a seleção brasileira chega na competição como uma das principais favoritas ao título. Depois da derrota para a Bélgica, em Kazan, nas quartas de final em 2018, o Brasil disputou 50 jogos e somou 37 vitórias, além de dez empates e três derrotas, com 111 gols marcados e somente 19 sofridos.
Nesse período passou por altos e baixos, conquistou uma Copa América, perdeu outra em casa para a Argentina e joga, neste momento, o melhor futebol desde as eliminatórias para a Rússia. Talento individual de sobra, uma comissão técnica mais experiente em seleção, ótima fase de seus principais jogadores e variações táticas bem encaixadas e estabelecidas. Não à toa, o Brasil é visto internacionalmente como a seleção mais forte do mundo neste momento.
Diante da Tunísia, na goleada por 5 a 1, mais uma vez imposição ofensiva e repetição do esquema tático usado no 3 a 0 contra Gana. Confiança em alta e encerramento do ciclo para a Copa no ápice da preparação técnica do time. Poderia ser melhor, caso os comandados de Tite tivessem conseguido testes mais fortes contra seleções europeias também, algo que se tornou praticamente inviável desde a criação da Nations League. Esse é o principal e necessário alerta, já que o favoritismo existe e, como todos bem sabem, não garante título.
O calendário agora é curto. Em 21 de outubro o treinador brasileiro enviará uma lista com 55 nomes para a Fifa. Tite já adiantou que gostaria de divulgá-la, mas ainda não sabe se será possível. Essa lista está pronta, sem maiores dificuldades, já que a comissão técnica sempre trabalhou com pelo menos cinco jogadores por posição. O refinamento maior será obrigatório em 7 de novembro, quando acontecerá a convocação oficial dos 26 atletas escolhidos para estarem no Oriente Médio. Destes, pelo menos 21 estão certos ou bem encaminhados, caso imprevistos não aconteçam nas próximas semanas.
Os três goleiros serão Alisson, Ederson e Weverton. A defesa contará com Danilo, Éder Militão, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro. Já o meio-campo está praticamente definido com Casemiro, Fabinho, Fred, Bruno Guimarães, Lucas Paquetá e Philippe Coutinho. Por fim, no ataque, Raphinha, Antony, Richarlison, Neymar, Vini Jr, Rodrygo e Gabriel Jesus vão ocupar sete lugares no avião para o Catar.
Com isso, as disputas abertas pelas cinco últimas vagas são as seguintes:
- 1 zagueiro;
- 1 lateral-direito ou outro zagueiro;
- 1 lateral-esquerdo;
- 1 meio-campista extra;
- 1 atacante central.
O zagueiro Gabriel Magalhães, do Arsenal, ganhou força nos últimos meses para a vaga que seria de Lucas Veríssimo, do Benfica, lesionado seriamente no final da temporada passada. Bremer impressionou positivamente no Campeonato Italiano jogando pelo Torino e a mudança de patamar, indo para a Juventus, reforçou essa análise da comissão técnica. Os dois disputam uma vaga, sem desconsiderar a surpresa que foi Roger Ibañez, da Roma. No entanto, ambos podem ser chamados também.
Pelo momento ruim de Daniel Alves no Pumas, do México, a seleção testou nesta última Data FIFA a possibilidade de contar com Militão como opção para a reserva de Danilo, titular absoluto na lateral-direira. Emerson Royal, do Tottenham, que poderia ser opção, tem mínimas chances. Caso o veterano jogador de 39 anos fique fora, cinco zagueiros seriam levados.
No outro lado da defesa, Tite deixou evidente que Alex Telles está à frente de Renan Lodi na disputa direta entre os dois. Enquanto o jogador do Manchester United, emprestado ao Sevilla, jogou 155 dos 180 minutos nos dois amistosos, o companheiro de seleção, emprestado pelo Atlético de Madrid ao Nottingham Forest, entrou em campo na metade do segundo tempo contra os tunisianos, retornando à equipe pela primeira vez após a final da Copa América do ano passado.
Sendo assim, é possível filtrar a lista de defensores em busca de três vagas restantes com Daniel Alves, Gabriel Magalhães, Bremer, Alex Telles e Renan Lodi.
No meio-campo, é improvável que haja surpresas. A ausência de Coutinho nesta última chamada gerou dúvidas, mas pela coerência que Tite apresentou nos últimos cinco anos em suas convocações, o meio-campista do Aston Villa será opção criativa da seleção no banco de reservas. No planejamento da comissão técnica, no entanto, uma das vagas extras com o aumento da lista para 26 será destinada a um meio-campista, e está totalmente indefinida.
Douglas Luiz, também do Aston Villa, já foi esse jogador; Gérson chegou a disputar vaga com Bruno Guimarães, mas atualmente perdeu muito espaço; Danilo, do Palmeiras, era cotado, assim como Arthur, atualmente no Liverpool. Quem se recuperou nos últimos meses foi Éverton Ribeiro, jogador que Tite gosta muito e o convoca desde o início de seu trabalho na seleção. O flamenguista entrou contra os ganeses e está forte na disputa pela vaga extra de meio-campo.
Por fim, a concorrência em alto nível no ataque brasileiro. A imprensa internacional tem destacado a incrível oferta de atletas disponíveis para o setor. Raphinha já soma cinco gols e quatro assistências em 11 jogos pela seleção, números que reafirmam sua condição de titular, mantendo o talentosíssimo Antony no banco. O lado esquerdo tem Vinicius Júnior vivendo o melhor momento da carreira, protagonista do Real Madrid, mas sem a mesma condição de titular absoluto que o colega do Barcelona possui na seleção. Aliás, a chegada dos três jovens atacantes à seleção foi um ponto de virada determinante para a atual condição técnica excelente do time.
Rodrygo oferece à equipe versatilidade para atuar em todas posições do ataque e Gabriel Jesus, definido como "9" no Arsenal, mesmo sem ser chamado agora, tem toda confiança da comissão técnica e atuações de sobra nesta temporada que justificam sua convocação. A primeira opção como centroavante, porém, é indiscutivelmente Richarlison, autor de três gols nos amistosos contra Gana e Tunísia. Sobre Neymar, desnecessário reafirmar seu talento geracional e o foco que tem demonstrado na atual temporada com o Paris Saint-Germain; desembarcará no Catar como um dos melhores jogadores do mundo.
Assim, chegamos à última vaga em disputa praticamente direta entre Pedro, do Flamengo, e Matheus Cunha, do Atlético de Madrid. Roberto Firmino, do Liverpool, lembrado mais uma vez na última lista, esteve lá muito mais por respeito à sua história na equipe e gratidão, apesar da recuperação técnica com o Liverpool neste início de temporada na Inglaterra. Matheus entrou aos 18 minutos do segundo tempo contra Gana e quase marcou. Pedro saiu do banco no intervalo diante da Tunísia e fez o seu primeiro gol com a camisa do Brasil. Até mesmo pelas temporadas dos dois, por mais que disputadas em níveis de competição diferentes, o atacante flamenguista parece estar em vantagem.
Depois da convocação, a seleção brasileira se apresenta em Turim no dia 14 de novembro para cinco dias de treinos, antes da viagem para Doha. A estreia na Copa do Mundo acontece em 24 de novembro, contra a Sérvia, em Lusail.
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