Oito jogos, 48 horas e muito futebol: Libertadores e três Champions Leagues no cardápio
Foram oito jogos em 48 horas. Champions League, Libertadores da América, Concachampions e Liga dos Campeões asiática também. Quatro torneios continentais, com níveis bem diferentes e muitas histórias para contar.
A maioria dos jogos ao vivo, enquanto a outra parte através de um sistema de scout profissional. Como sei que essa é uma dúvida constante, já coloco a informação no segundo parágrafo: faço parte de um grupo de jornalistas que assinam esse produto para termos acesso a partidas do mundo inteiro.
Linha de quatro defensores e três zagueiros; 4-2-3-1, 4-4-2, 4-3-1-2, nenhum esquema e outras variações táticas; Talisca, Tadic, Diego Alves, Enner Valencia, Lukaku, Rafael Sóbis, Everton e tantos outros personagens.
Guangzhou Evergrande 2x0 Sanfrecce Hiroshima
Mesmo tendo perdido o último Campeonato Chinês para o Shanghai SIPG, o Guangzhou Everngrande segue como um dos melhores times do continente. A estreia na fase de grupos da atual Champions League asiática foi com o pé direito.
A vitória por 2 a 0 contra os japoneses do Sanfrecce foi construída sem dificuldades. Taticamente, o time comandado por Fabio Cannavaro é muito organizado, jogando no 4-4-2 sem a bola e variação de 4-2-3-1 para 4-4-1-1 com a bola. Isso por causa do protagonismo de Anderson Talisca.
Paulinho é mais ídolo, mas o ex-meia de Bahia, Benfica e Besiktas está jogando muito, e arrebentou nesse jogo. Atua com total liberdade para ser um meia central ou segundo atacante. Os brasileiros garantiram os dois gols da vitória do Guangzhou.
Real Madrid 1x4 Ajax
Na tarde de terça-feira participei do Futebol no Mundo e disse que, na teoria, mesmo com o péssimo momento do time, a vantagem construída pelo Real no jogo de ida deveria ser suficiente para garantir a classificação. Desnecessário comentar mais...
A apatia merengue diante da vontade e do talento do Ajax garantiu um resultado histórico no Santiago Bernabéu. Goleada tranquila dos holandeses em atuação espetacular de Dusan Tadic.
Pelo aspecto brasileiro, jogo terrível de Casemiro e muito triste para Vinícius Junior, que sofreu lesão no tornozelo direito e deve parar por dois meses. Assim, pode abrir vaga na convocação da seleção brasileira para David Neres, que marcou um gol e foi muito bem.
San José 0x1 Flamengo
Resultado excelente, atuação fraca. Combinação que deixou muitos flamenguistas indignados com os comentários feitos em programas esportivos.
Diego Alves, Rodrigo Caio e Bruno Henrique foram os principais pontos positivos. O goleiro garantiu o resultado, o zagueiro foi muito seguro e o atacante atuou como se não houvesse altitude.
Já os pontos negativos passam, obrigatoriamente, pela ideia de jogo e pela tática. O Flamengo foi um time qualquer no primeiro tempo, completamente desorganizado e atuando de maneira pouco inteligente a quase quatro mil metros. Jogadores muito distantes em campo, se livrando da bola, tendo que percorrer enormes distâncias e oferecendo espaço para as finalizações de fora da área do fraco San José.
Entendo que a crítica na vitória é mais válida do que na derrota. O Flamengo vai encarar desafios bem mais difíceis, e a comissão técnica liderada por Abel Braga precisa de auto-crítica para avaliar a necessidade de evolução.
Tolima 1x0 Athletico
Na estreia oficial do time principal do Athletico o resultado não agradou. A atuação, porém, não foi decepcionante. O Furacão merecia sorte melhor no jogo.
Na primeira etapa a equipe colombiana foi superior, após 15 minutos iniciais bem equilibrados. Impressionou a facilidade com que o Tolima levava a melhor nas jogadas pelo alto - e marcou seu gol assim.
Já no segundo tempo o Athletico melhorou, criou oportunidades e poderia ter empatado. Lucho fez muita falta e os problemas na lateral direita deixaram a missão ainda mais complicada.
Bruno Guimarães merece um destaque à parte. O crescimento desse meio-campista é notório, e jogando fora de casa se impôs, apareceu o tempo todo para construir as jogadas a partir do campo de defesa e chegava com eficiência no ataque. Marco Rubén vai dar certo no Furacão.
Houston Dynamo 0x2 Tigres
Quartas de final da Concachampions e mais um confronto entre times da MLS e equipes mexicanas. E como quase sempre acontece, derrota norte-americana.
O Tigres é melhor do que o Houston Dynamo. Além de ser um time melhor armado taticamente, pelo técnico Ricardo Ferretti, tem bem mais talento individual (e figuras muito conhecidas). A lista de figurinhas carimbadas é grande: Rafael Carioca (importantíssimo na saída de bola a partir do campo de defesa), Eduardo Vargas (meia avançado), Carlos Salcedo (banco, entrou depois), Enner Valencia (marcou um gol e atuou como atacante central), Guido Pizarro (banco, entrou depois)...
O Houston se esforçou, teve chances também - aliás, foi um jogo bastante aberto, porém fraco tecnicamente -, mas carece do talento já citado para definir as jogadas. Há uma diferença grande entre os times atualmente, e será uma missão quase impossível conseguir a virada no México - por mais que a Champions League europeia seja uma boa fonte de inspiração nesta semana.
Paris Saint-Germain 1x3 Manchester United
Tecnicamente o melhor jogo desses dois dias foi a vitória do Ajax. Em termos de emoção, no entanto, nenhum superou a histórica classificação do Manchester United no Parc des Princes.
Muito além de analisar o jogo em si - desfalques do United, vantagem francesa, pênalti bem marcado, falhas individuais -, ressalto a transformação que promoveu Ole Gunnar Solskjaer.
Na era moderna da Uefa Champions League, pela primeira vez um time que abriu 2 a 0 no mata-mata, fora de casa, acabou eliminado. Antes, 15 equipes tinham ficado nessa situação e, diferentemente do PSG, se classificaram.
Palestino 0x1 Internacional
Jogo difícil, como previsto. O Palestino deixou pelo caminho Independiente de Medellín e Talleres nas fases preliminares da Libertadores e tem qualidade para incomodar qualquer grande do continente. Conseguiu ter mais posse de bola (55.5%) e finalizou mais (15x13), mas parou em Marcelo Lomba ou nos erros dos seus próprios jogadores.
Do outro lado o Inter foi mais um time reativo do que ofensivo, mas também teve suas oportunidades. Tanto é que Ignacio González fez algumas defesas muito difíceis no jogo.
Curioso que, durante a segunda etapa, o rendimento colorado caiu com as substituições (Rodrigo Lindoso pelo lesionado Rodrigo Dourado e Rafael Sóbis por Pedro Lucas), mas nos últimos dez minutos reagiu. E em cobrança de falta de Sóbis garantiu a importante vitória.
Rosario Central 1x1 Grêmio
Resultado decepcionante para o tricolor gaúcho. O Rosario foi a campo com um time repleto de reservas, mas que brigou muito do início ao fim. Vem de enorme crise, que resultou na demissão de Edgardo Bauza e a indicação de Paulo Ferrari como técnico-bombeiro. Segue sem vencer após três jogos.
Com todo esse cenário à frente, o Grêmio entrou em campo para vencer, mas foi surpreendido logo no início na falha de Kanneman. Reagiu rapidamente, empatou com golaço de Everton e mandou no primeiro tempo. Deveria ter feito o segundo gol.
Não o fez, contou com o erro da arbitragem que não marcou pênalti e não expulsou Geromel em jogada desleal e viu o Rosario crescer na segunda etapa. Conseguiu se recuperar novamente com a entrada do excelente Matheus Henrique, mas não a ponto mais de ameaçar o adversário argentino. No final, quase venceu com Jean Pyerre.
O Grêmio poderia ter feito mais porque tem qualidade para isso, deveria ter retornado ao Brasil com três pontos na bagagem.
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