Trabalho dentro e fora do octógono: por que 'bons funcionários' comandam UFC em SP

Thiago Cara, do ESPN.com.br
Minotouro e Bader fazem encarada respeitosa em pesagem do UFC de São Paulo

A ascensão meteórica de Conor McGregor deixou clara uma mensagem aos lutadores do UFC: as realizações fora do octógono também pesam para o que acontece dentro dele. Questionada por muitos brasileiros, a postura não é criticada pelos nomes que lideram o card que acontece em São Paulo neste sábado.

Rogério Minotouro e Thomas Almeida, que farão as duas últimas lutas do evento no ginásio do Ibirapuera - respectivamente contra os norte-americanos Ryan Bader e Albert Morales -, disseram, em entrevistas ao ESPN.com.br, entender o lado do UFC e tentam incorporar também o papel de "bons funcionários".

"Na minha opinião, o lutador tem que fazer boas lutas, falar com a imprensa e dar sempre o seu melhor. O UFC é uma empresa e você precisa ser um bom funcionário para poder trabalhar sempre e ser valorizado pelo esforço", disse Thominhas, que é uma das principais apostas brasileiras no UFC.

Bem mais experiente, já aos 40 anos, Minotouro também vê critério nos rumos tomados pela organização. "Eu sou da época em que os atletas não eram reconhecidos, que o esporte não era reconhecido. Graças ao trabalho que o UFC tem feito nos últimos anos, hoje nós temos o reconhecimento mundial."

Para Minotouro, "talento" e "vontade" ainda estão acima de qualquer característica para um lutador que sonha com vida longa no UFC. "Acho que a primeira coisa é a vontade de vencer, ela é a que tem que ser maior. O resto é dedicação e treinamento", opinou.

No caso de Thominhas, o desempenho dentro do octógono vinha dando todas as credenciais que o lutador precisava para crescer na categoria dos galos. Até seu último compromisso, contra Cody Garbrandt, eram 21 vitórias consecutivas na carreira, sendo quatro no UFC, e elogios de Dana White e até Mike Tyson.

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A primeira derrota, com nocaute sofrido diante de Garbrandt, claro, atrapalhou a caminhada de Thominhas rumo a uma luta por título, mas o adversário de sábado lhe dá condição de favorito em casa e grande possibilidades de retomar a trilha de vitórias. O brasileiro garante, porém, que ainda vê o cinturão distante.

"Sinceramente, não penso nisso agora", afirmou. "Estou focado apenas na próxima luta. O Cody ficou no passado e agora é olhar pra frente e dar meu coração para conseguir voltar a vencer. O futuro eu deixo nas mãos da organização."

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Thomas Almeida encara Albert Morales no UFC em São Paulo
Thomas Almeida encara Albert Morales em SP

Já para Minotouro, a revanche contra Bader, que o derrotou em 2010, é a chance de afirmação com a segunda vitória seguida depois de diversas especulações sobre aposentadoria. O veterano sempre alternou altos e baixos no UFC, mas nunca deixou a lista de principais nomes dos meio-pesados, sempre encarando rivais duros.

"Eu acho que é um exemplo de confiança. Quando você rende, você é cobrado, te colocam pra fazer tarefas difíceis. Eu acho que o UFC vem colocando lutas difíceis porque aposta que eu posso fazer uma grande luta. Eu acho que esse é o valor que o UFC vê no meu trabalho, colocar lutas difíceis. E eu passando por essas lutas mais difíceis, eu vou estar melhor ranqueado. Então pra mim, quanto maior o desafio, mais eu vou me dedicar, mais eu vou treinar pra fazer um bom espetáculo."

Além dos "bons funcionários" Minotouro e Thominhas, o UFC em São Paulo tem brasileiros como Cláudia Gadelha, Thales Leites, Warlley Alves e Sérginho Moraes em ação. O evento terá início às 21h (de Brasília), com previsão de início do card principal às 00h.

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