Finalíssima: relembre histórias dos tira-teimas entre continentes
Itália e Argentina entram em campo nesta quarta-feira, em Wembley, para disputar a Finalíssima entre os campeões de Europa e América do Sul. O encontro desejado por Uefa e Conmebol reforça as boas relações atuais entre as entidades, que envolvem desde intercâmbio de árbitros em suas competições até planos por outros eventos conjuntos no futuro.
É ainda uma forma de fortalecê-las contra a Fifa em projetos que não lhes interessam, como a recente ideia fracassada de uma Copa do Mundo a cada dois anos.
O tira-teima entre continentes, porém, já ocorreu no passado. No início dos anos 80, com a ida para o Japão revigorando a Copa Intercontinental (também chamada Mundial Interclubes no Brasil), as duas entidades decidiram replicar o duelo entre as seleções.
O plano inicial era realizá-lo a cada quatro anos, alternando a sede entre Europa e América do Sul. Estava criado o Troféu Artemio Franchi, homenageando o ex-presidente da Uefa morto em 1983 num acidente automobilístico.
O Parque dos Príncipes, em Paris, abrigou o jogo entre a França de Michel Platini e o Uruguai de Enzo Francescoli em 1985. Dominique Rocheteau, no primeiro tempo, e José Touré, no segundo, marcaram os gols da vitória francesa por 2 a 0.
Os uruguaios voltaram a conquistar a Copa América em 1987 e deveriam receber a Holanda, que venceu a Euro de 1988. No entanto, nunca houve acordo sobre uma data e a partida não se disputou.
A América do Sul sediaria o confronto entre Argentina e Dinamarca, em 1993. Com Diego Maradona como capitão, e Claudio Caniggia formando o ataque com Gabriel Batistuta, a Albiceleste venceu nos pênaltis após o empate por 1 a 1 no tempo normal. Mas outra disputa entre campeões continentais significaria o fim do troféu Artemio Franchi.
Meses antes, ainda em 1992, a Argentina havia participado da Copa Rei Fahd, na Arábia Saudita. Além dos donos da casa, campeões asiáticos de 1988, foram a campo a Costa do Marfim, campeã africana de 1992, e os Estados Unidos, vencedores da Copa do Mundo da Concacaf em 1991. Os argentinos levaram o troféu batendo os marfinenses na semifinal e os sauditas na decisão.
O torneio, ainda de caráter amistoso, se repetiu em 1995 de forma ampliada, com seis participantes. Além de Argentina e Dinamarca e da anfitriã Arábia Saudita, jogaram Nigéria, México e Japão. Os dinamarqueses "deram o troco" nos sul-americanos com os 2 a 0 na decisão.
A competição foi considerada um sucesso, a ponto de a Fifa assumir a organização com o nome de Copa das Confederações. Participariam os seis campeões continentais e o último campeão mundial, além da sede, a cada dois anos. A edição de 1997, porém, teve dois vice-campeões: a República Tcheca, porque a Alemanha não aceitou participar, e os Emirados Árabes, pelo fato de a Arábia Saudita ser a campeã da Ásia.
Com a parceria letal de Ronaldo e Romário, que marcaram três gols cada, o Brasil de Zagallo atropelou a Austrália (na época ainda jogando pela Oceania) na decisão.
Em 1999, no México, a Copa das Confederações deveria ser disputada no início do ano, mas foi remarcada para julho e agosto para facilitar a liberação dos jogadores europeus - ainda não havia as datas Fifa como as conhecemos hoje. Ronaldinho foi melhor jogador e Chuteira de Ouro do torneio, mas o título ficou com os donos da casa, após um dramático 4 a 3 sobre o Brasil na final.
A edição de 2001 foi usada como teste para Coreia do Sul e Japão, que sediariam em conjunto o Mundial de 2002. A França unificou o título aos da Copa de 1998 e da Euro 2000, passando pelos japoneses na final. O Brasil mandou uma seleção enfraquecida e, depois de cair para os franceses na semifinal, perdeu a disputa do terceiro lugar para Austrália. Emerson Leão foi demitido antes mesmo de chegar ao Brasil e acabou substituído por Luiz Felipe Scolari.
Campeão mundial em 2002, Scolari foi substituído por Carlos Alberto Parreira, que dirigiu a Seleção na Copa das Confederações de 2003, na França. Poupando as estrelas do penta, o resultado foi uma eliminação na fase de grupos, atrás de Camarões e Turquia. O torneio, porém, ficaria marcado pela morte em campo do camaronês Marc-Vivien Foé durante a semifinal contra a Colômbia. O título ficou novamente com a França, que bateu Camarões na final por 1 a 0, na prorrogação.
A ideia da Copa das Confederações como evento-teste agradou à Fifa, que mudou a periodicidade para quadrienal. Em 2005, na Alemanha, o Brasil de Parreira viveu seu grande momento do ciclo, batendo os anfitriões na semifinal e goleando a Argentina por 4 a 1 na decisão, com show de Ronaldinho, Kaká e Adriano.
A edição de 2009, na África do Sul, projetava um aguardado confronto entre Brasil e Espanha, mas a expectativa foi frustrada pela zebra: os espanhóis perderam por 2 a 0 para os Estados Unidos na semifinal, acabando com uma invencibilidade de 35 partidas. Dirigida por Dunga, a Seleção venceu os norte-americanos na final por 3 a 2, depois de sair perdendo por 2 a 0.
A final que não aconteceu em 2009 ficou para 2013, no Brasil. Com atuação de gala no Maracanã, vitória brasileira por 3 a 0 sobre a Espanha, fechando um torneio marcado pelas manifestações de rua nas principais cidades do país.
Em 2017, na Rússia, a Alemanha bateu o Chile e se tornou a última vencedora da Copa das Confederações. A Fifa decidiu pela extinção do sorteio para investir num formato ampliado do Mundial de Clubes, que deveria ter se disputado em 2021, mas foi cancelado por causa da pandemia e neste momento não tem previsão.
Itália x Argentina revive a velha disputa, com contextos diferentes. Os argentinos vivem uma lua-de-mel com seus torcedores, depois de conquistar a Copa América de 2021 em pleno Maracanã e acabar com um jejum de 28 anos sem conquistas. A Itália, fora do Mundial do Catar, vê a ocasião como uma forma de demonstrar que o título europeu conquistado no mesmo Wembley não foi por acaso.
Um jogo, portanto, repleto de atrativos, que você pode acompanhar nesta quarta-feira (1°), com transmissão pela ESPN no Star+ a partir das 15h35 (de Brasília).
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