Técnica Sylvia Hatchell superou tipo raro de câncer e agora pode chegar a mil vitórias no basquete

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Sylvia Hatchell, uma das técnicas mais vencedoras no basquete universitário dos EUA
Sylvia Hatchell, uma das técnicas mais vencedoras no basquete universitário dos EUA Getty

São 43 anos como técnica de basquete. E nesta terça-feira, ela pode conquistar a milésima vitória de sua carreira. Muito mais que um número, será a celebração pela vida para alguém que, há quatro anos, foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda, um tipo raro de câncer nos glóbulos brancos. Sylvia Hatchell é treinadora do time feminino da Universidade da Carolina do Norte (UNC) na NCAA, a entidade máxima do esporte universitário nos Estados Unidos.

Jogadoras e comissão técnica estão desde sexta-feira em Myrtle Beach, no outro extremo, na Carolina do Sul, onde, inclusive, Sylvia tem uma casa de praia. Ela assumiu o comando da UNC em 1986 e desde então viaja para lá para um excursão de fim de ano. “Sempre jogamos lá no Natal. Muitas crianças param para assistir e é uma grande tradição para nós.”

A primeira partida foi no domingo, contra o Washington, e então veio sua 999ª vitória. A primeira tentativa para o triunfo número mil será nesta terça-feira, diante do Grambling State. Sylvia pode se tornar a quarta treinadora do basquete universitário dos EUA a alcançar a marca.

O recorde é de uma de suas mentoras, a lendária Pat Summitt (1.098), aposentada em 2012 e falecida no ano passado. Mike Krzyzewski é o único homem na lista (1.082). A terceira é Tara VanDerveer (1.018). “Fui muito próxima de Pat. Aprendi muito com ela. Fui a todas as clínicas que pude; às vezes oito ou dez num verão por todo o País. Tudo o que era e é possível fazer para aprender sobre basquete, eu faço e farei sempre.”

Sylvia Hatchell hoje tem 65 anos. Ela completou sua faculdade de educação física em 1974 e, no ano seguinte, mestrado na Universidade do Tennesse. Foi lá que começou sua carreira. Após uma temporada como treinadora da equipe de Tennesse (1974/1975), comandou o Francis Marion (1975/1986) até assumir o posto na Universidade da Carolina do Norte.

Foi eleita por duas vezes a melhor treinadora do ano (1994 e 2006), conquistou o título da primeira divisão da NCAA (1994) e entrou para o Hall da Fama do Basquete (2004). E também acumulou conquistas fora do esporte universitário: trabalhou como assistente técnica da seleção feminina dos EUA, colocando suas mãos nas medalhas de ouro olímpica, de Seul-1988, e mundial, de Moscou-1986.

Essas e outras histórias estão contadas em sua autobiografia ‘Fight! Fight! Discovering Your Inner Strength When Blindsided By Life’ (em português, algo como ‘Lute! Lute! Descubra sua força interna quando for surpreendido pela vida’). Ela lançou o livro no ano passado, para contar como venceu sua batalha contra o câncer.

“Se caiu a ficha ou não no momento em que eu soube? 12 de outubro de 2013 marcaria o primeiro dia da minha luta pela vida.” Sylvia continuou como técnica da University of North Carolina, mas precisou acompanhar a equipe de longe durante a maior parte daquela temporada, orientando à distância o assistente Andrew Calder.

Charlotte Smith, responsável pela cesta que deu à UNC o título em 1994, foi uma das que estiveram ao seu lado. E traduz seu espírito guerreiro. “Ela nunca colocaria roupas de hospital. Se recusou e usou trajes esportivos até mesmo durante sua permanência no hospital. O título de sua autobiografia conversa com quem ela é. Sempre foi lutadora e plantou essa semente em todo nós.”

Sylvia Hatchell se curou e voltou à beira da quadra na temporada 2014/2015. “Estou bem agora, o melhor que posso estar. Estou vencendo o pior tipo de leucemia. Meu negócio, agora, é o quanto me divirto trabalhando. Mas ainda não terminei. Sou gananciosa. Quero mais títulos. Quero dar aos meus jogadores as mesmas experiências que tive.”

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