Prefiro aplaudir os técnicos hermanos
Reserva de mercado, bairrismo, dificuldade para competir com os estrangeiros.
É difícil encontrar, no esporte, motivos para os treinadores daqui reclamarem dos hermanos.
Avaliando com frieza, o número de argentinos deveria ser maior.
Real x Pesos
No Brasil, moeda, indústria e economia são mais fortes que na Argentina.
Da mesma forma, as grandes equipes daqui obtêm mais recursos. Ao invés de montarem times muito melhores, pagam bastante por desempenhos razoáveis, com padrão similar ao dos hermanos, pois inflacionam o futebol.
Se alguém não entendeu, qualquer grupo de atletas nota 5,5 custa menos do outro lado da fronteira.
O mesmo vale para contratar técnicos de futebol.
Excluindo River e Boca, que têm caixa para competir, os demais não conseguem pagar salários iguais aos bancados por nossos clubes da primeira divisão.
Apenas com grife
O ideal seria os cartolas terem pleno conhecimento do mercado. Sampaoli é muito bem remunerado na Vila.
Trabalhou no Sevilla, na seleção, recebeu outras ofertas, era valorizado, podia escolher, tudo que aumentou o custo para ter o hermano.
Quando a LaU, onde montou a equipe taticamente mais elogiável do continente, citando apenas as campeãs no século, o levou ao Chile, era muito mais barato.
Os dirigentes brasileiros, amadores que administram centenas de milhões de reais, nunca se antecipam quando contratam técnicos de futebol.
A goleada
Ao invés de criticar, seria positivo elogiar e aplaudir os profissionais hermanos.
Têm competência provada atuando nos times da Europa.
O Tottenham, sem tradição no principal torneio do continente, em uma temporada que nada investiu para melhorar o elenco, mesmo depois do seu principal jogador se machucar, sob o comando de Pochettino jogou a final da Liga dos Campeões.
Na Espanha, que exporta mais do que importa técnicos, quase todos os times da primeira divisão são dirigidos por profissionais nascidos no país ibérico.
As exceções são D. Simeone no Atlético de Madrid, e Pellegrino no Leganés. Em 2018, vale lembrar, cinco times da elite optaram por treinadores argentinos.
Há outros espalhados por quase todas as partes do planeta. Nos EUA, México, Oriente médio, nações da América do Sul, segundona inglesa, apenas para lembrar alguns, entre tantos locais.
Nem com Camões ajudando
O idioma poderia facilitar para os brasileiros em Portugal, mas nenhum dirige equipe da primeira divisão.
O minúsculo Tondela, único que optou por técnico estrangeiro - os que nasceram nas antigas colônias tem dupla nacionalidade - é liderado pelo espanhol Natxo Gonzaléz.
A formação
Mais que reclamar ou citar a falta de reconhecimento da UEFA ao curso da CBF, os principais técnicos brasileiros podem refletir ou fazer o curso europeu.
Está surgindo uma geração que talvez consiga ampliar mercado.
Parte dos rodados, não todos, parecem acomodados.
Se topassem aprimorar sistemas, atualizar ideias e métodos, eventualmente receberiam ofertas dos grandes da Europa.
Prefiro aplaudir os técnicos hermanos
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