Sonhador, desengonçado, lenda: obrigado, Dirk
Em 1998, Dirk Nowitzki vivia um dilema. Jogar os playoffs da segunda divisão alemã de basquete ou tentar a sua sorte nos Estados Unidos. Aos 19 anos, o alemão decidiu rumar para a América em busca de um sonho: jogar na NBA.
Vinte e um anos depois, podemos dizer que Nowitzki não só jogou na NBA como escreveu seu nome na história do basquete e de uma cidade. Selecionado pelo Milwaukee Bucks na nona posição, o alemão foi imediatamente trocado com o Dallas Mavericks e começava ali uma história de amor, alegrias, tristezas e superações.
Com seu jeito desengonçado e uma capacidade fora do comum para colocar a bola na cesta, Dirk logo caiu nas graças da torcida texana. A cada fadeaway pulando de uma só perna, esse amor só aumentava.
Foram anos e anos de uma relação especial. E que teve de tudo. Como a temporada 2005/2006 em que a equipe chegou até as finais, encarou o Miami Heat de Dwyane Wade e Shaquille O'Neal e saiu derrotada com muita polêmica e até o FBI envolvido.
Que foi do céu ao inferno na temporada 2006/2007 quando o alemão comandou a equipe na conquista da melhor campanha geral e recebeu o prêmio de MVP de forma melancólica após a eliminação na primeira rodada dos playoffs para o Golden State Warriors, oitava melhor campanha do Oeste.
E todas aquelas derrotas ganharam sentido na temporada 2010/2011. Terceira melhor campanha do Oeste naquele ano, o Dallas desbancou favoritos e a juventude do Oklahoma City Thunder de Kevin Durant, James Harden e Russell Westbrook para voltar a final. O adversário era um velho conhecido. Agora sem O'Neal, mas ainda com Wade e na primeira temporada de LeBron James e Chris Bosh na Flórida, o Miami Heat era ainda mais assustador do que o de cinco anos antes.
Assim como em 1999, quando desembarcou nos Estados Unidos para anotar 33 pontos e 14 rebotes em um evento que reunia os principais prospectos do draft, Dirk voltou a chocar a América. No que mais parecia uma aula de como jogar no poste baixo, Nowitzki dominou a série e foi o principal responsável para o Dallas vencer por 4 a 2 e conquistar o troféu, levando para casa o prêmio de MVP das finais.
De lá para cá foram mais oito anos dedicados exclusivamente a uma única franquia, somando 21 anos vestindo azul. Aceitando receber salários menores para que a equipe pudesse contratar melhores jogadores. Colocando a cidade e o carinho da torcida a frente de qualquer dinheiro.
Dando a volta por cima após muitas lesões. Lutando com o seu corpo e com a idade para encerrar sua carreira como o terceiro maior cestinha da história da liga e, para muitos, o maior estrangeiro que a NBA já viu.
Nesta quarta-feira, Dirk Nowitzki deixa as quadras e um vazio no coração dos torcedores do Mavericks. E deixa uma trajetória para se orgulhar de ter tomado a decisão de tentar a vida nos Estados Unidos. Danke, Dirk.
Fonte: Guilherme Sacco
Sonhador, desengonçado, lenda: obrigado, Dirk
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