COMEÇOU! Seja bem-vinda, Copa do Mundo da Rússia!
Chegou a hora de 32 seleções disputarem a mais cobiçada taça do futebol. Chegamos confiantes, mas aos poucos. É verdade que a nossa empolgação não é como a de anos anteriores, falta alguma coisa, tem algo no nosso peito dizendo que precisamos ir devagar, né?! Entre aquela respirada profunda e as palpitações que fazem o coração quase sair pela boca, vamos em busca do sexto título mundial, a procura de uma "soberania" que antes do 7x1 foi por anos inquestionável e que se perdeu naquela goleada dos alemães. Chegamos com Tite e seus 23 convocados num clima de unidade, sim, nós temos um time, temos um timaço! Nós mostramos isso nas excelentes exibições dos últimos meses, percorremos um caminho consistente, mas não sabemos o que estará lá na frente, não há como prever, há só indícios, nunca certezas.
Com 29 anos (jovem :P) tenho a memória exata sobre seis Copas. Seis edições que deixaram alguma marca na minha vida, a de uma torcedora apaixonada por esporte. A primeira é de 1994, com cinco anos, lembro sobre o dia da final, de estar no jardim da minha casa no interior e escutar os gritos dos meus pais. Confesso que, às vezes, fico em dúvida se as lembranças que eu guardo da Copa foram geradas naquele ano mesmo ou absorvidas com as reprises das imagens da conquista do tetra, mas daquele tempo vem a memória do Romário, Bebeto e um tal "cara" que perdeu o pênalti (que depois minha mente processaria como o italiano Baggio). Foi só uma introdução, seria a França a grande e importante Copa da minha história...
Em 1998, eu tinha nove anos, aliás, completados alguns dias antes da Copa, em 6 de junho, e naquele aniversário a decoração da festinha para os amigos não poderia ter sido outra: bolo do Brasil, bandeirinhas, doces nas cores verde e amarelo, e minha casa virando a partir daí a concentração dos meus colegas. Tínhamos um ritual: minha mãe ficava responsável pelos lanches, meus colegas pela torcida, pelos apitos, pelos gritos, pela energia de uma casa cheia. Uma galerinha do barulho!
Ironicamente, ainda criança, já começava a lapidar a história que escreveria enquanto jornalista, sempre fui curiosa, sempre carreguei um "q" de repórter. Na agenda de 1998, recortei e colei todas as manchetes relacionadas a Copa. No meu diário, com palavras juvenis, expressei a grande paixão pela Seleção do Zagallo. Aquele time era mágico para mim, Ronaldo, Rivaldo e Denílson eram meus favoritos, Taffarel representava uma espécie de herói. Que goleiro! Que jogo esplendido em que o gaúcho pegou dois pênaltis. Naquela partida, tive a impressão que viveria a maior glória enquanto torcedora, estávamos a um jogo de mais um título, e para mim, cercada pelos meus colegas de escola, uma Copa memorável. A taça daquela Copa que nunca se concretizou como sabemos, mas que foi chave para ensinamentos sobre derrotas, porque sim, Copas ensinam. Sempre há alguma lição para ser absorvida, e nessa hora, choram adultos, choram crianças, os pais, coitados, têm a missão de em meio a dor tentar encontrar palavras para o consolo.
Engraçado que mesmo com a derrota em 1998, em 2002, a nossa empolgação era muito grande. Acreditávamos que aquele desfecho de quatro anos antes na França não era o que merecíamos e que portanto teríamos uma nova oportunidade. O penta foi lindo! Uma história marcada pela superação, principalmente do Fenômeno, Ronaldo tinha que ser campeão mundial, esse é um dos enredos mais lindos da Seleção Brasileira. Nessa Copa, teve festa e carreata. Teve música, churrascos no Rio Grande do Sul e o hit de Ivete Sangalo, "A Festa" foi sucesso. Hoje, na abertura da Copa, Ivete Sangalo fez com que eu voltasse no tempo também. A cantora baiana relembrou esse momento único, com essa foto com a taça no colo, compartilhou com os seguidores as lembranças de ter sido a voz que embalou aquela seleção. "Eu tive a alegria de poder beijar a taça quando o Brasil foi campeão. A música “Festa” embalou o nosso time na Copa do Mundo. Tempo mais que maravilhoso! Aí eu estava no avião da seleção e foi um dos dias mais legais que já vivi", postou.
As Copas de 2006 e 2010 também foram acompanhadas por mim, na primeira, pelo desempenho decepcionante do Brasil acabei adotando a Seleção italiana como o meu time, aquela equipe eu considerava incrível, por ser aguerrida e representar bastante sobre o que eu tinha absorvido do futebol até ali. A Itália tinha um goleiro paredão e que viraria minha grande referência na posição para sempre (Buffon), aquela defesa sólida que dava medo (saudades Cannavaro!) e as presenças de Pirlo e Totti, dois ídolos. Na Copa seguinte, aquele time não me convencia muito, na minha opinião, Dunga poderia ter levado Adriano, Neymar, Ganso e mesmo Ronaldinho Gaúcho. O brilho de todos ou de um deles poderia ter nos levado a um desfecho diferente? Poderia, acho que sim.
Lamentavelmente, fizemos pouco para alterar também a realidade que nos foi exposta além da humilhante derrota: a de maus tratos com o que deveria ser o nosso legado infraestrutural, a da sujeira nos bastidores da CBF, das roubalheiras dos poderes executivo e legislativo do Brasil. Esse jogo contra a Alemanha foi duro, triste e será sempre extremamente simbólico.
Ainda assim, quando a Copa de 2018 chega é como se a gente recomeçasse, zerasse tudo, olhasse para o mundial e dissesse: "Tá bom, vamos lá, estava te esperando! Vamos tentar outra vez". Por um mês, estejamos todos convidados a desfrutar das delícias (e agruras) do espetáculo que sempre deixa alguma marca naqueles que são apaixonados por futebol. #RumoaoHexa #ESPNnaRússia
Fonte: Bibiana Bolson
COMEÇOU! Seja bem-vinda, Copa do Mundo da Rússia!
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