Curti: Os Yankees não terem reforçado a rotação de arremessadores abridores pode custar a temporada?
Machucado, C.C. Sabathia deixou o montinho ontem no Yankee Stadium. Aos prantos. O momento era de comoção e não poderia deixar de ser diferente. Às vezes, histórias de superação – como a dele – têm finais felizes. Sabathia, em aparição como reliever, machucou novamente o ombro e foi ao montinho pela última vez na carreira – ele já havia declarado aposentadoria ao final da temporada.
O final da temporada para os Yankees se aproxima. Os Astros abriram 3-1, terão Justin Verlander arremessando hoje e a tendência é que Nova York termine outubro sem levantar o 28º título. O contexto todo é impactante e simbólico. O momento mais marcante do jogo 4 foi justamente o abridor, que provavelmente estará no Hall da Fama, passando por uma fatalidade que encerra sua temporada e carreira. Seria isso um indicativo que a rotação dos Yankees foi a culpada pela eventual eliminação na final da Liga Americana?
Num primeiro olhar, sim. Afinal, quando acontece uma eliminação, a tendência é apontarmos problemas e os pontos mais fracos de uma equipe tornam-se automaticamente um bode expiatório. Acho exagero apontar que "isso não teria acontecido na Era George Steinbrenner" e que os Yankees ficaram "fracos" em termos de aquisições. Ora, o que Nova York poderia ter feito? O time superou uma sequência de "fatalidades" ao longo da temporada.
30 jogadores estiveram na IR. Domingo Germán aprontou fora de campo e não jogou a pós-temporada. Sabathia nem de perto é o arremessador de anos atrás. Luis Severino, no papel o ace dessa rotação, voltou no final da temporada e ainda não aguenta a carga de ser um verdadeiro número 1. James Paxton superou expectativas e Masahiro Tanaka, embora tenha cedido 3 corridas em cinco entradas, teve atuações de gala na pós-temporada como é costume. O que os Yankees poderiam ter feito de diferente?
É engenharia de obra pronta falar que eles "deveriam ter trocado por Verlander em 2017" ou algo do gênero. Ninguém poderia imaginar que ele teria revivido a carreira do jeito que o fez – a ponto de ser candidato ao Cy Young nesta temporada, mais uma vez. O Verlander do início da década nem de perto lembrava o Verlander de 2017. Acontece que o fiel da balança na ALCS de 2017, justamente contra os Yankees, foi ele. Hoje, no Jogo 5 – que pode indicar eliminação – também pode ser ele. Então, a narrativa fica mais forte.
Tampouco acho que os Yankees terem sido conservadores nas negociações com Patrick Corbin tenha um efeito tão pesado assim. Não é como se a solução de todos os problemas no Bronx fosse nele. É um bom arremessador, é verdade, mas não a ponto de ser fiel da balança. Ainda, no meio do ano, os Yankees ficaram num gigantesco beco sem saída. Madison Bumgarner tinha cláusula para vetar trocas e o San Francisco Giants subitamente ficou competitivo. O Toronto Blue Jays não quis trocar Marcus Stroman para dentro da divisão. Noah Syndergaard não está jogando bem e, mesmo assim, tenho minhas dúvidas se os Mets trocariam alguém de peso assim para reforçar o Bronx.
Que tal abrir os olhos para o que realmente pifou na noite de quinta? A derrota foi por 8 a 3. As três corridas anotadas pelos Yankees foram abaixo da média do time na temporada e na série de temporada regular contra Houston. Nova York teve 0-7 com homens em posição de anotar corrida – 0-13 se você contar os dois últimos jogos. Ainda, o time foi um caos na defesa. Quatro erros, pior marca dos Yankees desde o Jogo 2 da ALCS de 1976 contra os Royals. O massacre de Houston ontem detonou qualquer momento que os Yankees tinham após roubar o Jogo 1 no Minute Maid Park. Será mesmo que a rotação é o bode expiatório? Será mesmo que não ter endereçado essa rotação foi o ponto decisivo para que o time não chegue à World Series?
Acho que está claro que não.
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Curti: Os Yankees não terem reforçado a rotação de arremessadores abridores pode custar a temporada?
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