A ridícula saga do capacete (e sumiço) de Antonio Brown
O domingo marcou mais um capítulo na estúpida, ridícula, estapafúrdia e digna de ficção saga do capacete de Antonio Brown. Para você que pegou o bonde andando, Brown sumiu do training camp do Oakland Raiders simplesmente porque não quer jogar com um capacete novo – seu antigo foi proibido pela NFL por questões de segurança. O detalhe – pequeno, quase insignificante – é que Antonio Brown já tem histórico de concussão na carreira, perdeu jogos por isso e mesmo assim bate o pé para usar um capacete não compatível com as atuais regras de segurança da NFL.
Ontem, o general manager do time, Mike Mayock, veio a público e deu uma forte declaração. "Sabemos que AB (Antonio Brown) não está aqui hoje, certo? Então no final das contas é assim; Ele está pistola com a questão do capacete. A gente lhe apoiou nisso. Entendemos, ok? Mas chegamos ao ponto de exaustão. Sob nossa perspectiva, é hora dele estar all in ou não. Esperamos que ele volte em breve. Temos 89 caras ralando lá fora", disse. Ainda, Mayock não permitiu perguntas aos jornalistas sobre o assunto. "Esperamos que ele seja parte de tudo isso na Semana 1 contra Denver. Fim de papo, sem perguntas".
A troca por Brown foi correta pelos Raiders? Acredito que sim. Os Raiders estão de mudança para Las Vegas em 2020 e ingressos não se vendem sozinhos. De toda forma, a equipe sabia dos riscos que tomou e isso fica implícito nas palavras de Mayock. Meio que como um "morde e assopra". Algo como "estamos pistolas, mas por favor, volte".
É inquestionável que, em campo, Antonio Brown é um gênio. Brown seria de muita utilidade para o ataque dos Raiders e isso fica claro em seus números no ano passado. São seis temporadas seguidas com pelo menos 100 recepções e nenhum jogador da franquia tem isso desde o grande Tim Brown em 1997. Derek Carr vem tendo problemas nos passes em profundidade mesmo tendo um braço, em teoria, forte. Os Raiders tiveram apenas quatro touchdowns em passes para mais de 20 jardas no ano passado. Sozinho, Antonio Brown teve oito.
Falando sobre Carr, o ano de 2019 é meio que "vai ou racha" para ele. Os Raiders podem cortá-lo após esta temporada sem qualquer ônus – dinheiro garantido – na folha salarial do ano que vem. Até por conta disso o time investiu em tantas peças ofensivas nesta temporada: da linha ofensiva com Trent Brown até o corpo de recebedores, com Tyrell Williams. É justamente por esse motivo que a presença de Brown é tão importante. Porque com ele ali e Carr tendo os mesmos problemas de outrora, ficaria mais fácil o diagnóstico sobre qual quarterback os Raiders têm na mão.
Enquanto isso, essa saga ridícula se desenvolve. Eu sei, são palavras fortes. Mas é uma atitude mimada. Vou dar um exemplo: às vezes, nas cabines de transmissão que fazemos os jogos, o microfone é um "headset". Eu, pessoalmente, não gosto muito – prefiro microfone de mesa. Mas se tiver só aquele bora. O que importa é o esporte e fazer uma boa transmissão. Se o futebol americano realmente fosse a coisa mais importante na vida de Antonio Brown neste momento, ele não se importaria em trocar o capacete. Afinal, Tom Brady também terá de fazê-lo e ganhou múltiplos Super Bowls com ele – qual seria a desculpa do camisa 84 então?
Não há. Como Mayock disse, é hora de cair pra dentro ou cair pra fora. Vejamos as cenas dos próximos capítulos.
A ridícula saga do capacete (e sumiço) de Antonio Brown
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