5 motivos que fazem o All Star Game da MLB ser tão legal
A quarta-feira , 10 de julho, marca um dia esquisito para os fãs do esporte americano: é o único dia do ano no qual não haverá uma partidas sequer de uma das quatro ligas que tanto admiramos e gostamos. Mesmo no natal (NBA), dia de ação de graças (NFL) ou Dia da Independência americana (MLB) há um cardápio recheado de partidas. Aliás, esses feriados chegam até a ser momentos importantes do calendário das respectivas ligas. A quarta, porém, não tem jogo nenhum – o que dá uma excelente janela para a realização dos ESPYs, os prêmios dados pela ESPN americana aos melhores do esporte dos EUA.
Por que não tem nada na quarta? Bom, porque antes tem o jogo dMLB, as estrelas (All Star Game) do beisebol nesta terça, 9 de julho. Em vez de fazer uma série de tweets, resolvi fazer este pequeno texto para ilustrar como o All Star do beisebol é o melhor dos esportes americanos. Não que isso signifique tanta coisa a ponto de deixar o fã hardcore das outras ligas (e somente delas) meio pistola e faça com que ele venha tirar satisfações comigo no Twitter. Afinal de contas, ainda é um amistoso.
Há mais defesa, por assim dizer
O primeiro motivo que faz do All Star da MLB o mais divertido dos esportes americanos é, também, a essência do esporte em relação aos outros. A defesa do beisebol não se opera de maneira física como na NBA, na NFL ou na NHL. Assim, o elemento "vamos evitar nos machucar" e, por tabela, defender com menos entusiasmo, não aparece na MLB. Claro que os placares são mais elásticos, com mais corridas anotadas, do que os jogos de temporada regular. Mas ainda assim há mais defesa, por assim dizer, do que na pointfest que virou o All Star da NBA, por exemplo.
De certa forma, há alguma rivalidade entre os times
Leste e Oeste, Conferência Americana e Nacional: no final das contas, em ambos os casos, não há nenhuma rivalidade entre ambos. Já houve, mas não é mais o caso. Aliás, na NBA, o All Star Game não é nem mais entre Leste e Oeste, mas entre duas panelas (desculpa falar a verdade, mas você sabe que é o caso) de dois jogadores que "tiram time" para o jogo. Aliás, é mais legal assim. Na NFL, o formato AFC x NFC voltou – mas não sem antes fazer essa experiência, com lendas do esporte "tirando time" entre si e sendo treinadores das equipes.
Já na MLB, ainda há certo resquício de rivalidade, dado que as duas Ligas, Americana e Nacional, têm uma regra diferente entre si: a do rebatedor designado. Na Liga Nacional, o arremessador vai ao bastão. Na Liga Americana, um rebatedor designado – que não joga na defesa, só rebate– faz isso por ele. Então a montagem dos elencos muitas vezes se dá de maneira diferente, embora nos últimos anos essas diferenças tenha sido reduzidas.
Oportunidade de ver jogadores que em outros casos não veríamos
A MLB tem uma regra interessante para seu jogo das estrelas: todos os times, necessariamente, terão pelo menos um jogador no All Star Game. Isso faz com que o torcedor sinta-se mais representado – embora, claro, possa haver mais injustiças. De toda sorte, é por um motivo nobre. O beisebol tem uma relação com seu torcedor – e vice-versa – nos EUA que é um tanto quanto semelhante àquela do torcedor brasileiro com o futebol. Você raramente vê um torcedor do São Paulo (eu) assistindo porque sim a uma partida de Grêmio/Internacional/Atlético/Cruzeiro. Geralmente a gente vê os rivais, quando muito. No beisebol também é assim nos EUA: um torcedor dos Yankees raramente vai assistir a uma partida do Colorado Rockies.
Na NBA e na NFL isso não acontece muito. Primeiro porque a primeira é uma liga de atletas: o nova-iorquino vai assistir aos Bucks porque quer ver Giannis Antetokounmpo. Na NFL, o esporte nacional (por muito) dos EUA, o calendário menor gera uma certa urgência de se assistir ao máximo de jogos possível. Na MLB, como demonstrei, isso não acontece. Assim, o All Star Game é uma ótima oportunidade para que esse torcedor dos Yankees veja Keltel Marte (2B do Arizona Diamondbacks), Nolan Arenado (3B do Colorado Rockies) e outros tantos que ele passa sem assistir de abril a setembro.
Mais justiça na votação – o caso dos arremessadores
Além de garantir que haja um jogador de cada equipe, o All Star Game da MLB tem um elemento bem interessante que evita injustiças. Os arremessadores não são escolhidos pelo público. O escritório da liga e os próprios jogadores votam em quem será arremessador titular e reserva no All Star Game. Isso, claro, não evita que haja 100% de justiça – Blake Snell, arremessador do Tampa Bay Rays, estava fazendo temporada fantástica no ano passado e não esteve na primeira lista. O fato dele jogar num mercado consumidor menor e ser um jogador que não tinha tido uma temporada fabulosa anteriormente pesou, claro. De toda forma, justiça divina foi feita: Corey Kluber, dos Indians, acabou não jogando e Snell lhe substituiu.
Seja como for, tirar o elemento do público na votação de uma das posições é um equilíbrio interessante. Neste ano, temos Jose Berrios merecidamente no All Star Game. Se a votação fosse aberta ao público, sinceramente não sei se o arremessador do Minnesota Twins seria eleito em favor de outro vindo de um mercado com mais torcida votante.
É o que mais parece com um "jogo" mesmo
Bom, esse ponto o Ubiratan Leal me disse uma vez e estou me apoderando dele – dando os créditos, Bira! Se você pega os jogos das estrelas da MLB, da NFL (Pro Bowl), da NBA e da NHL, em qual deles você conseguiria enganar um leigo lhe dizendo que era uma partida entre dois times que realmente existem? Acho difícil que o da NFL, com os jogadores evitando dar tackle, e o da NBA, com os atletas defendendo mais de boa do que não sei o quê. Na NHL temos um jogo 3x3, com menos jogadores. Então só por conta disso, por padrão, o da MLB seria o mais parecido com um jogo de temporada regular.
Dito tudo isso: o All Star Game da MLB ou das outras ligas está longe de ser algo além de um jogo festivo. Mas, deles, o que mais fico entretido é o da MLB. Por mais que as outras ligas façam mudanças tentando dar um quê a mais para seus jogos, creio que isso não deva mudar: até por conta da natureza do beisebol em relação aos outros esportes americanos.
O All Star Game da MLB tem transmissão da ESPN para o Brasil – ao vivo e exclusivo a partir das 20:30 nesta terça, 9 de julho.
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