Josh Rosen é tão ruim quanto querem que você ache?
Imagine que você se formou na faculdade e vai para o emprego de seus sonhos. Ao menos você assim espera que seja, porque fez tudo certo até então, demonstrou dedicação, evolução e teve notas boas. Chegando na empresa que você achava que era o melhor lugar do mundo, percebe que falta até marca-texto para trabalhar e os demais materiais de escritório. No início, sequer teve entrosamento com o seu departamento, porque te colocaram para trabalhar com estagiários que sequer estariam na empresa no mês seguinte. Seus chefes foram colocados ali e você não tem a menor ideia como isso aconteceu, porque claramente eles não são capacitados para o que fazem. Seus colegas de trabalho ou te atrapalham ou não te ajudam quando há um projeto em grupo. Aquele cara que você fez amizade foi mandado embora no meio do ano.
Basicamente, essa foi a situação de Josh Rosen no Arizona Cardinals de 2018.
Rosen fez um excelente trabalho num elenco limitado de UCLA, com destaque para a épica virada contra Texas A&M. Depois, chegou num time sem linha ofensiva, com um corpo de recebedores aquém do desejado. Para complicar, foi listado como o terceiro quarterback do elenco, trabalhando na pré-temporada com o terceiro time de wide receivers – muitos dos quais sequer estariam no elenco de temporada regular. Não havia motivo nenhum para tanto, foi palhaçada da diretoria mesmo. O segundo do plantel era Mike Glennon (péssimo) e o primeiro era Sam Bradford (cortado no meio da temporada depois de Rosen virar titular).
Mike McCoy começou o ano como coordenador ofensivo e ninguém tinha a menor ideia como isso aconteceu em 2018, vide os planos de jogo horríveis que sequer usavam David Johnson, excelente running back recebendo passes, no jogo aéreo. Steve Wilks foi contratado como head coach depois de uma passagem marromeno como coordenador defensivo nos Panthers. Os colegas de Rosen no time formam um dos piores elencos da NFL e inúmeras vezes mais atrapalharam do que ajudaram – como na derrota contra o Denver Broncos. Christian Kirk, wide receiver calouro com quem Rosen criou sintonia, se machucou na reta final da temporada.
Muitos podem dizer que ele foi o pior quarterback calouro de 2019. Eu digo que ele sobreviveu ao Arizona Cardinals de 2018.
Agora, os Cardinals devem escolher Kyler Murray na primeira escolha geral do Draft 2019 e eu entendo. Você tem um treinador novo com um sistema peculiar para rodar (Air Raid) e precisa de um quarterback novo que maximize esse sistema. Murray é esse cara e, embora Rosen não fosse fazer feio nesse sistema tático novo, Murray tem potencial para fazer melhor. Não tenho tantos problemas com isso.
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Meu problema é achar que após um ano podemos atear fogo em meses de análises que foram feitas em cima do tape de Rosen no College. Como se não valessem de nada. Ainda, Rosen não demonstrou nenhuma das imaturidades que muitos temiam. Hoje, ele quebrou o silêncio e disse que "é seu dever provar que os Cardinals estão certos em mantê-lo ou de prová-los errados se eles despacharem-no". Acredito cada vez mais na segunda hipótese.
O time que receber Rosen terá um quarterback com piso alto, produção em meio ao inferno que viveu e um profissionalismo que os críticos não esperavam. Os jogadores dos Cardinals se apresentaram na última semana para os treinos de intertemporada. O primeiro a aparecer, mesmo em meio à chance de ser trocado? Josh Rosen.
O Draft da NFL terá transmissão da ESPN e do Watch ESPN para o Brasil a partir das 20h, com Abre o Jogo. A primeira rodada acontece na quinta, 25 de abril.
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Josh Rosen é tão ruim quanto querem que você ache?
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